Consequências

::::::::::::::::::::Base de Guerra da Tropa Spark. Ala de Detenção. Local Indefinido. 50 anos depois.

Estou a horas aqui. Sentada em frente a essa mesa de metal frio. Ou era o ambiente mais frio? As paredes eram de aço, assim como o chão. Sem janelas, apenas uma porta. Estou em um barco ou navio, porém não sinto o tremor de motores nem nenhum balanço. Estou acorrentada ao chão. Devem me ver como alguém perigosa. Me deixaram por horas nessa sala fria. 

Meu corpo doi. Apesar das ataduras e dos cuidados que levei eu ainda sinto as dores da batalha. Eu fui destruída. Tanto meu corpo quanto minha alma, e agora querem recolher os pedaços que sobraram. O que mais poderiam tirar de mim? Será que eu tenho algo mais?

A única porta do recinto foi escancarada. Não levantei a cabeça, mas ouvi passos pesados. Um punho fechado me acertou na face esquerda. Senti meu sangue espirrar de minha bochecha. Uma dor a mais para sentir. Uma mão levantou meu rosto me fazendo encarar o rosto de uma jovem mulher de cabelos loiros. A mesmo que havia me caçado e me prendido aqui.

- Diana se contenha. - disse a voz de um jovem. Outra voz conhecida. - Ela já teve o que merecia. - Essa voz pertencia ao outro que me prenderá. Apesar de seu pedido eu sentia o ódio por trás de suas palavras.

- Você é responsável pela morte de milhares de pessoas e Pokémons inocentes. - disse a mulher puxando meus cabelos do couro. - Você vai pagar por cada uma delas. - disse ela por fim jogando minha cabeça contra o metal frio.

- Não temos muito tempo. Jack logo estará aqui. - disse o rapaz.

- Jack está ocupada. Eu dei uma dica falsa a ela. Teremos muito tempo aqui - a mulher puxou uma cadeira e se sentou a minha frente. - Me responda. Porque? Porque fez tudo isso?. - perguntou a mulher socando a mesa.

Eu levantei meu rosto. Ela era jovem e impetuosa. Seu uniforme estava todo sujo e rasgado. Era uma guerreira e iria arrancar tudo de mim se pudesse. Eu poderia apenas deixar que ela me matasse. Seria um fim melhor do que viver com tantas perdas, mas ela havia me derrotado. Uma leoã que derrubou outra. Eu lhe devia.

- Assim como você eu sou de Kanto...

- Responda o que perguntei!

- Não tive uma infância fácil...

Um tapa estalou em meu rosto.

- Responda minha pergunta. -  a mulher teria me batido novamente se o rapaz não a tivesse segurado.

- Eu responderei, mas eu preciso contar minha história! - disse soltando todo meu fólego. Respirei fundo tentando buscar em seus olhos compreensão. - Eu preciso que alguém saiba. Preciso que minha história não morra.

- Me poupe. - disse a mulher cuspindo no chão.

O rapaz tirou o pokewatch do pulso e acionou seu gravador.

- Diga tudo e não se esqueça de que precisamos de respostas. O proximo golpe dela eu não vou segurar. - disse o rapaz.

Olhei para os dois. Seriam eles meu receptáculo? Eles guardarão minha história?

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::::::::::::::::::::Saffron City. Área Residencial. Tempos atuais.

Marina dormia confortável em sua cama. O despertador a tirou de seus doces sonhos e a forçou a se levantar. Ela entrou no banheiro e se enfiou no chuveiro para tirar o resto do sono. Depois entrou no closet para se vestir. Um novo dia a esperava. Ela se olhou no espelho. Uma bela jovem de cabelos platinados. Precisava de alguma roupa que faria jus a aquela beleza. Provou vestidos, ternos e diversas roupas, mas por fim colocou um par de calças e um top azul. Nenhuma jóia, afinal elas eram belas mas atrapalhavam nas fugas. 

Quando terminou de se vestir olhou para uma fotografia ao lado do espelho. Era a dona daquele closet. Uma mulher de cabelos negros e compridos, com uma pele tão alva quanto a neve. Parecia sem bela, mas nada comparada a Marina. Tyfon entrou cabaleando no quarto. Ele havia acabado de acordar e reclamava de fome. Coloquei um par de luvas e peguei um casaco.

- Vamos procurar comida nessa casa. Aposto que esses granfinos devem ter comida até o teto.

Doce ilusão. A geladeira estava vazia e a despensa igualmente. Os donos da casa haviam saído da cidade para passar algum tempo no interior. Marina aproveitou a oportunidade e invadiu a casa, mas não esperava que os donos levariam a comida toda. Por sorte achou uma berry esquecida na cesta em cima da mesa, que acabou dando a seu Pokémon que a saboreou com felicidade. Sua fome pórem a cutucava. Ela vestiu o casaco e conferiu sua pistola no cos da calça. Uma arma roubada de uma Jenny. Nunca usada, mas era seu maior trunfo. E com isso ela conseguiria o que comer hoje.

- Vamos Tyfon. Temos trabalho a fazer.

Marina saiu na ruas da grande Saffron com seu companheiro. As ruas abarrotadas de gente e Pokémons eram um prato cheio. Cada esquina e rua era um ambiente propicio para conseguir o que desejava. As vezes uma carteira, uma bolsa e com sorte um carro. O que seria que Marina conseguiria hoje?

A mansão dos grayson's realmente parecia um alvo fácil, e todas aquelas jóias e objetos de valor dando sopa pareciam ser o chamariz para jovens delinquentes. Sorte que Saffrom não é uma cidade muito visada pelos Rocket's e por isso o casarão desprovia de um sistema de segurança eficaz. O que Marina não previu era que eles tinham o mais eficaz sistema de segurança: uma vizinha fofoqueira.
A longa rua asfaltada estava bastante movimentada com todo aquele pessoal passando pra lá e pra cá a caminho de seus empregos, sendo cada um deles uma nova oportunidade da gatuna se dar bem. No meio da multidão ela estava a salvo, pois havia tantas pessoas de diferentes jeitos que aquele tipo incomum de mulher já não chega a ser tão incomum assim, mas se tratando de tipos incomuns, havia um ali que certamente chamou a atenção da garota: Um homem de mais ou menos trinta anos, denunciados por seu cabelo preto que despontava alguns fios brancos, assim como sua barba por fazer. Seu jeito desgrenhado denunciava que sua noite se passara dentro daquele bar, bebendo a noite toda. O sujeito saía trupicando do estabelecimento derrubando sua carteira e uns pedaços de papéis, os quais teimavam fugir de seus dedos ao sabor do vento. Apesar da aparência desleixada, era um homem bonito e aparentava se exercitar. Quando finalmente ele apanhou os papéis e colocou no bolso da calça, derrubou sua carteira, que ao bater no chão, revelou um brasão brilhante por alguns míseros segundos.

As pessoas se entreolhavam ao notarem um barulhinho familiar, ainda pouco intenso, e logo percebiam que era nada mais nada menos que a moto da policial Jane fazendo uma ronda naquela rua. Talvez Marina não tivesse nada a temer, e fosse só um check up de rotina, ou talvez a policial a tivesse pegado em flagrante. De qualquer forma, o local estava bem movimentado, e não seria difícil ser perdida de vista.

Marina saiu pelos fundos da casa para evitar os olhos curiosos. Quando chegou na rua principal se escondeu dentro do fluxo de pessoas distraídas, com a monte longe de seus corpos. Distração era uma coisa que ela não se permitia ter. Se sua mente a traísse por um segundo tudo estaria perdido.

Ao chegar no centro seus olhos bateram numa figura distinta. Um homem, não tão jovem nem tão velho. Seu andar cambaleante entregava seu estado decadente. Um alvo fácil demais, porém visado demais. Qualquer um veria sua aproximação dele e achariam estranho ela querer isso. "O que uma jovem iria querer com um bêbado?"

O som de uma sirene arrepiou sua espinha. Encostou em um muro e fingiu olhar distraída para Tyfon. Apontou a moto de Jenny com o canto do olho e ele notou. Marina precisava sair de campo aberto, mas como fugiria dali sem chamar atenção?

O homem. Ela olhou para ele e o mesmo não tinha ido muito longe. Chamando a atenção de Tyfon ela andou até ele. Iria chegar perto dele e o chamaria de algum nome qualquer em voz alta. Fingiria apatia e preocupação e passaria seu braço pela cintura dele. Assim achariam que ela era uma filha ou algo parecido. Desejava que pelo menos Jenny caisse no truque. No fim aproveitaria para ver o que era tão brilhante na carteira dele.

Sagacidade era um qualidade que reluzia na jovem ladra. Ela pensou em todas as possibilidades de escapar das garras da policial e de olhares curiosos, julgando que fugir não era a melhor saída. Decidiu então usar o homem como parte de sua encenação, e assim o fez. Aproximando-se pouco a pouco, fingiu preocupar-se com o rapaz, que a olhava um tanto quanto intrigado, tentando entender o que uma moção tão linda como aquela estaria fazendo falando com ele.

-Cherry, cadê, Cherry? -Em meio a soluços, essas foram as únicas palavras que o homem conseguiu proferir naquele momento. -Ela se foi, moça.. Ela se foi...

Tentando apoiá-lo para andar, Marina passou a mão na carteira do rapaz, e facilmente identificou o objeto. Se tratava de um distintivo da polícia, e trazia os nomes "Robert Keppler" gravados.
Por sorte, duas prestativas senhoras que estavam passando pediram ajuda a outros rapazes para ajudar a escoltar o cara até em casa.

-Jovenzinha, não deixe mais seu pai beber dessa maneira. Desse modo ele vai acabar muito mal.

Em meio a tantos estímulos de uma só vez, como é de costume na movimentada Saffrom, Marina tentava ficar atenta a tudo que se passava, e foi com um olhar trivial que seus olhos cruzaram com os da policial Jane. A distinta moça da lei parou no mesmo instante a menos de um metro deles.

O pesa e cheiro de alcoól eram um preço pequeno ase pagar pelo dinheiro que poderia receber. As roupas e o brilho de seus distintivo indicavam que le possuiria algo valioso nos bolsos. Com paciência era tiraria algo de proveitoso. Quando finalmente tinha a carteira em mãos a prestatividade mal vinda de Saffron surpreendeu Marina. Agora o peso do corpo era dividido entre três

- Sou eu. Cherry. Não m reconhece. Está tão bebado que não ve meu rosto - tentou dizer com a voz mais amável possível. - Vem, vamos para casa. E obrigado senhores, mas eu consigo carrega-lo sozinho.

Ao tentar puxa-lo para mais perto, a ladra deu de cara com Jenny. O demônio de cabelos azuis. Pelo menos seu maldito Growlithe não estava a vista. Manteve Tyfon por perto e puxou a gola do casaco para cobrir o rosto. Deixou a carteira propositalmente cair para pega-la novamente e devolve-la ao bolso do homem. Tudo milimetricamente feito para a farsa ser mais verossímel aos olhos da defensora da lei.

Os dois homens que ajudaram a carregar o bebum estavam agora perdidos, sem saber o que estava havendo, ou melhor, estava claro que aquela mulher era a tal da Cherry. Marina poderia ser muito inteligente, mas não era forte o bastante para carregar um homem daquele sozinha, e precisaria contar com a ajuda dos dois rapazes, pelo menos nesse início.

Ao chegar bem perto da garota e a entreolhar com expressão inquita, Jane voltou-se para o homem delirante e seu rosto pareceu expressar um misto de felicidade e aborrecimento que só as mães sabem sentir quando recuperam um filho que se meteu em uma enrascada. Desceu da moto de forma tão provocante que um dos rapazes quase deixa o homem cair, visto que ele mal se aguentava em pé.

-Muito bonito isso, Detetive Keppler! -Seu dedo parecia faiscar sua indignação, embora fosse só seu esmalte vermelho refletindo a luz irritante do sol matinal. -Eu deveria era te deixar aí. Já te disse muitas e muitas vezes que seu modo de vida está muito errado!

Logo quando Jane se deu conta que ele parecia mais para lá do que para cá, notou a presença da mulher de cabelos platinados que ali estava, junto com seu acompanhante verde deveras incomum. A policial estalou os beiços, sacudiu a cabeça para o lado e para o outro, estendendo a mão em direção à garota.

-Prazer, meu nome é Jane. Você deve ser a Cherry, sobrinha do detetive. Não se preocupe, eu deixarei vocês em casa, sim?

"Os bons samaritanos poderiam todos morrer e levar aquela Jenny com eles"

A inquisitora a frente de Marina estava vigiando seus passos. Com certeza aquele diálogo era um teste. Cherry poderia ser qualquer coisa, desde uma parente, uma amante ou até mesmo um Pokémon. Cada louco com sua loucura. A ladra deixou o peso do bebado a ser dividido entre os dois rapazes. Fingindo timides ela olhou para os sapatos e levantava a cabeça apenas de vez em quando para fitar a policial prostada a sua frente.

- Me perdoe, mas eu tive que mentir a ele. Eu não sou a Cherry. Eu só.. estava preocupada com o Sr Detetive... Ele estava sozinho e.. eu queria ajuda-lo. Eu o vejo todos os dias na delegacia. 

Marina pensou em qualquer coisa que a ruborizasse. Precisava passar uma imagem pura e frágil. Com o canto dos olhos precisava alertar Tyfon que eles poderiam sair correndo a qualquer momento. Talvez empurrar o bebado em cima de Jenny e pular em sua moto em direção da saída da cidade.

- Eu sinto muito Sra. Eu não queria criar transtornos. Só queria ajudar esse pobre homem...

Acostumada com jogos mentais, não podia se dar ao luxo de ser pega em um teste tão idiota como esse. Marina tentou disfarçar a situação improvisando algo que não a ligasse diretamente ao rapaz, sendo assim, mais fácil de sair ilesa da situação e que a policial possa aceitar sua história. A garota não conseguiu ruborizar, mas fingiu muito bem uma certa vergonha.

-Ah não é a Cherry? Bem, desculpe, eu pensei que... Em fim. Mil perdões. Pode deixar que eu assumo daqui e o levarei para casa, então. Muito obrigada. -A policial deixava escapar sorrisinhos de vergonha entre as frases e acabou por fazer sinal aos homens. -Botem ele aqui. Tangela, eu escolho você!

Um raio branco brilhou entre eles e fez aparecer um emaranhado de vinhas azuis com pés vermelhos e grandes olhos que fitavam Tyfon ameaçadoramente. -Tangela, que que você use seu chicote de cipó para que o Detetive fique bem preso a mim e a moto, tá ok?

a planta desgrenhada concordou e saltitou um pouco. fez o que a policial falou e eles estavam prontos para partir. Os homens que ali estavam voltaram a seguir seus caminhos e Saffrom pareceu a mesma de alguns segundos atrás, com a grande avenida a frente, alguns becos e vielas e alguém observando a garota. Alguém que ninguém mais via. Alguém que por um acaso Tyfon vislumbrou, antes de desaparecer na cobertura de um dos prédios.

Leviatã se permitiu respirar. Sua astúcia foi capaz de se livrar das garras da lei. Infelizmente o seu objeto de furto se foi junto com ela. O belo homem bebado conseguiu se livrar de suas mãos leves. Ela ajeitou o casado no corpo devido ao esforço e olhou para seu Pokémon. Tyfon estava com os olhos fixos numa beco pouco distante. Marina se ajoelhou ao lado de seu Pokémon e olhou na mesma direção de onde ele olhava. Seus olhos não viam muito. Apenas a escuridão e ela sabia que muita coisa se escondia nas sombras.

- Encontrou algo para nós Tyfon? - perguntou a ladrã afagando a nuca dele. - Vamos.

Ela bateu seus olhos em todas as direções e depois seguiu para o beco com seu companheiro. Algo chamará a atenção do pequeno e ela iria descobrir o que.

O sol já estava se pondo alto na velha Saffron, e nem esse astro conseguia ser mais radiante que o rosto de Marina após livrar-se da tira que poderia ter lhe colocado em maus lençóis. Tyfon, que outrora havia visto algo se mover no beco, agora liderava sua mestra até ele, afinal, o que quer que tenha transitado lá poderia ter deixado pistas valiosas, mas o certo é que não havia mais sinal de ninguém ou qualquer vestígio que indicasse que algo ocorreu ali. Em vez disso, a ladra pôde avistar apenas sacos de lixo que subiam uns nos outros tapando a visão do muro que lacrava a viela.

-Ora ora, o que temos aqui.. - Levantando-se de trás de uma lata de lixo que ficava no meio do corredor, um homem cujo aspecto maltrapilho dava arrepios mirou-se em Marina, e abrindo sua boca quase cheia de dentes amarelados e gastos tornou a falar. –Vamos, princesa.. Está perdida? Precisa de ajuda para se encontrar?

O homem lentamente colocou a mão na parte de baixo das costas e não se moveu mais. Sua camiseta era bem suja e parecia ter rasgos de faca, assim como suas calças imundas. Seus olhos verdes eram desafiadores e nunca deixavam de encarar a garota, e a escuridão do beco o fazia parecer mais sombrio.

-Vai passando esse Pokémon merdinha aí e tudo que você tem de valor, e não faça nenhum movimento brusco, ou pode ser a última coisa que você fará em vida.. –E com um sorriso maligno, aguardou a ação da moça.

As ações foram rapidas demais. Um truque muito simples. Marina se xingou por ter caído em algo tão porcamente arquitetado. A sua frente um homem de rua, maltratado pela mazelas da vida urbana. Ela o encarava com os olhos atentos a procura de pistas, algo que lhe dissesse mais sobre ele. O mais notável era sua mão na parte de trás das costas. Ele poderia ter uma arma, assim como eu, ou uma faca. Possivelmente nada, apenas um blefe para assustar a ladra. Mal sabe ele que roubar de uma ladra da cem anos de perdão, ou um furo na barriga.

- Droga - xingou falsamente. - Você me pegou. Eu me rendo. - disse ela erguendo as mãos. - Monstro vai com ele. Você está doente mesmo. Faça bom proveito com essa coisa.

A ladra precisava distrair o mendigo. Dizer que seu Pokémon estava doente era um sinal para Tyfon, para que o mesmo fingisse estar fraco. Uma saída para puxar a arma de seu cós.

cada minuto que passava, a sensação de desconforto do mau odor daquele local, ficava mais forte. Nada ali era agradável. Nada ali valia a pena.
A mentirosa perfeita já havia bolado todo seu plano de escape: distrair a vítima para sacar sua arma e cair fora daquele lugar imundo.

A primeira vista, a garota pensou que o cara fosse mais um usuário de drogas da cidade, por sua aparência decrépita e descuidada, mas ao analisar bem, seu olhar fixo faz parecer que ele possui perfeito controle mental e sabe muito bem o que está fazendo.

-Vai me dar seu pokémon, é? Retorne ele para a pokébola devagar e role ela pra mim. Um Pokémon desse deve valer uma nota! Haha

O homem se enchia de si, e seus olhos pareciam refletir a grana que ele planejava ganhar com a barganha do Pokémon rocha. Marinha tinha agora a chance que esperava para mexer em suas coisas, ou simplesmente distraí-lo. A essa altura, o fedor dos sacos de lixo atrás dela já estava quase insuportável.

- Venha aqui Monstro! - ordenou Marina a seu Pokémon.

Marina se ajoelhou e Tyfon se aproximou dela. Ela sabia o que fazer naquele momento, mas mesmo assim seria arriscado. O homem estranho estava imundo e mostrava sinais de ter um vida desviada, porém era esperto. O vicio ainda não havia corroído sua mente. Mas para roubar um ladrão você precisava ser mais esperto que ele. Ele pegou duas Pokébolas de seu coldre e retornou o Larvitar. Fingindo uma preocupação ela derrubou as duas esferas para confundir o mendigo. Marina sabia muito bem qual era a Pokébola vazia e a rolou no chão para que o homem a pegasse. No momento que ele se abaixasse para pega-la, Marina iria libertar Tyfon e pegar sua arma.

Marina certamente era uma excelente estrategista. Armando um plano simples para confundir o sujeito, retornou larvitar e deixou que sua pokebola confundisse com uma vazia qualquer. Rolando para o homem, ela só esperava o momento oportuno Pará subjugá-lo.

-ROLE A OUTRA!

O homem parecia ter perdido a paciência e seu sorriso de quem tem uma presa fácil em vista trocou de lugar com uma cara de quem estava disposto a fazer qualquer coisa pelo que desejava. O fedor de chorume daquele beco já não estava agradando ninguém.

-Odeio quando me tiram de idiota. Estou perdendo a paciência com você..

Marina tinha mais problemas do que imaginava. Aquele lixo de homem seria mais dificil de enganar do que imaginava. Usar suas mentiras não ali não surtiria efeito. Mesmo com sua aparencia podre, a mente dele trabalhava bem e isso era uma surpresa.

"Eu ia sair daqui sem problemas, mas ele quer furia e eu irei lhe dar o Leviatã" - pensou Marina.

Marina correu na direção do homem e tacou a Pokébola em sua cabeça. Esperava que o movimento iria libertar Tyfon. Logo depois ela iria aproveitar a surpresa do homem e lhe desferir um chute no estomago.

- Tyfon Sandstorm. - o comando estava pronto para quando ele saísse.

Ela iria ter que usar da força naquela momento e a ajuda de seu Pokémon tornaria a balança mais pesada para o lado dela. Mesmo que tudo desse errado a arma ainda estava guardada para o momento critico.

Diante de um problema tão grande, a garota não tinha mais alternativas a não ser partir pro ataque. Ela já tinha sacado que truques de criança não iam enganar um ladrão experiente de saffrom. Atirou a pokebola de Tyfon esperando que o Pokémon fosse libertado no ambiente para usar ele contra o homem.

A pokebola avançou contra o homem, que percebeu a tempo de tentar desviar, e para a sorte de Marina, ele tentou desviar para o mesmo lado da esfera, que acertou seu olho e o fez lacrimejar um pouco, embaçando sua visão.
O Pokémon rochoso saiu lançando uma onda de poeira oportuna. Alguns pedaços de Rocha se chocavam contra eles atraíam a atenção momentânea, e a ladra acertou um chute na barriga do ladrão, o qual revidou com uma facada na perna dela. Não era nada profundo, mas o bastante para deixar sua perna muito ensangüentada. O fedor do lixo agora parecia cortar seu nariz por dentro.

-Eu disse pra não tentar nada estúpido, não disse? -O hoMem fez um sinal com a cabeça e uma bola preta saiu de trás de Marina, aterrissou atrás de Tyfon, dando-lhe uma cacetada que não lhe proporcionou muito dano.
A visão de Marina ficou turva e por um momento ela pensou que tinha ficado cega, mas logo seus olhos voltaram ao normal.
O morador de Rua levantou-se aos poucos, reagrupando com seu pokémon e erguendo sua faca, vernelha, com o sangue da jovem.

-Por conta da sua audácia você vai morrer lentamente.